Chega o momento em que definitivamente será cortado o cordão umbilical. Não o meu com meu pequeno que ainda está na barriga, e ficará por ali mais 2 meses, mas sim o meu com meus pais, com minha casa, minha infância, nosso cheirinho.
De sete meses até hoje muitas coisas anunciaram mudanças, mas todas elas se concretizarão neste sábado, dia 12 de junho as 10 hs - e isso me dá medo.
Não tenho medo por estar em dúvida das decisões que tomei, mas sim por saber que nem todas as noites estarei ao lado de meus pais para falar as tantas babozeiras que sempre falamos e ao final ouvir um melodioso "boa noite" sempre sincronizado, primeiro mamãe, depois papai.
Sempre neguei ser mimada pela minha condição de filha única, mas confesso, fui mimada sim, e da melhor maneira! Por mais atenção que tivesse, nunca houve espaço para a arrogância e a mesquinharia típicas desse destino. Ao contrário, isso me ensinou que todos precisam sentir esse amor, no mínimo uma vez na vida, portanto divido.
Entre tantas pessoas que conheci, arrisquei-me a ter apego em muitas, sempre na visão de grandes "braços direitos" em todas as horas, porém vejo que só poderia ser, efetivamente, parte tão importante de mim, quem um dia fiz parte também. Minha raiz. Meu tudo.
E mesmo que eu faça as melhores e mais belas coisas deste mundo, ainda assim não conseguirei retribuir os seus feitos. Obrigada meus pais!