As cores vibram.
E com sua vibração parecem dançar ao ritmo do batuque.
Tudo é fotografado.
Imagens, vezes ocultas, se deixam desvendam pela lente da câmera.
Toda realidade e toda imaginação se unem - ah, como se beijam.
E a voz delicada de mulheres ecoam no beco. Beco que tem cidades, pessoas, idéias, mas se quer saem dali.
Todos tão estáticos, tão quietos, tão observadores - observados são.
Não há distinção, extinção, corrupção. Tudo igualmente colorido, igualmente expressivo.
Os olhos estagnam. Onde mais encontrar tal beleza, se não entre paredes tão estreitas?
Deixa Maria. Mas será que Maria já passou por lá?
Mulher digna de ser cantada no batuque dos colombolos, será que tu és digna também de enxergar?
Dançar, pintar. Qual mais bela entre as artes, já não se sabe distinguir.
Menina que dança, encanta, balança seus babados de cetim.
A fitar - estremeço!
Beleza delicada, mãos de algodão, terias feito todas aquelas cores?
"Só de mãos tão belas como as tuas poderiam brotar".
Mas não. Mãos calozas, grosseiras, que rasgariam teu cetim serviram àquelas imagens.
Mãos que em seu interior tem um batuque, uma dança, tem Marias, tem amor.
Mayara Franzini